WALTER GROPIUS (1883-1969) - NA BAUHAUS: 1919-1928

         
          Fundador da Bauhaus e seu diretor durante a maior parte da existência da escola, o alemão é, sem dúvida, uma das figuras mais influentes do design e da arquitetura modernos. Depois de estudar arquitetura em Munique (1903) e Berlim (1905-1907), trabalhou no escritório de Peter Behrens, figura-chave para o desenvolvimento do design industrial no século 20 – também passaram por lá Mies van der Rohe e Le Corbusier.
           Em 1910, Gropius tornou-se membro da Federação Alemã do Trabalho, associação voltada para o desenvolvimento da indústria por meio da aproximação com a arte. Isso o levaria, mais adiante na Bauhaus, a trabalhar para que as oficinas da escola funcionassem como uma espécie de laboratórios experimentais para a indústria, numa tentativa de democratizar o acesso às criações surgidas ali. Em 1911, desenhou a Fagus-Werk, na cidade alemã de Alfeld an der Leine, uma inovadora fábrica de sapatos com fachada transparente de aço e vidro – prelúdio de conceitos arquitetônicos que se concretizariam com a construção da escola em Dessau. Em 1919, fundou em Weimar, na Alemanha Central, a Staatliches- -Bauhaus, uma fusão entre duas antigas instituições locais – a Academia de Artes e a Escola de Artes e Ofícios –, mas com programa totalmente novo e uma diferença crucial: todo o ensino estaria baseado em oficinas com a atuação simultânea de dois professores – um artista (mestre da forma) e um artesão (mestre do ofício). Em 1920- -1921, concebeu a Casa Sommerfeld, em Berlim, considerada o primeiro empreendimento coletivo realizado na Bauhaus, pois integrou móveis, vitrais e outros complementos feitos pelos alunos.

Sede da Bauhaus, em Dessau, na Alemanha

Fagus-Werk, em Alfeld an der Leine, na Alemanha
                                                                                                             Com a mudança da sede para Dessau, no nordeste alemão, Gropius criou o novo edifício da escola, entre 1925 e 1926, com muitas características que se tornariam típicas da arquitetura modernista, como a estrutura de aço e a cortina de vidro que envelopava o bloco das oficinas. Em 1928, a Bauhaus estava no auge de seu prestígio, quando o diretor decidiu deixar o cargo devido à pressão política local sobre a instituição. A partir de então, passou a trabalhar como arquiteto em Berlim, dando várias palestras sobre arquitetura moderna e a escola que fundou. Nos anos seguintes, dirigiu o departamento de arquitetura da Graduate School of Design de Harvard, em Cambridge, e lá dividiu escritório com Marcel Breuer e fundou o coletivo com jovens arquitetos The Architects Collaborative (TAC), reafirmando sua crença no trabalho em equipe. Em 1964-65 projetou o prédio do Bauhaus Archiv, em Darmstadt, que seria executado em Berlim somente entre 1976 e 1979, após sua morte.